As preces depois da festa



Nunca foi tão fácil chegar à Igreja Matriz de Ferreiros em Amares, ou atravessar o centro da vila em plena luz do dia. O silêncio e as ruas entregues aos vestígios da noitada, indicaram desde logo o caminho para a reflexão. A missa em honra de Santo António trazia uma mensagem forte, num apelo à ajuda ao próximo.

Depois da festa, das cores, das marchas do povo, de uma noite com sardinha na brasa, de uma tarde infantil, com a participação dos centros escolares de Ferreiros e Caldelas, eis que o sol matinal abria o caminho para um dia marcadamente religioso.

Santo António foi o padroeiro dos pobres, das mulheres sem noivo, dos aleijados e, numa altura em que a crise económica é tema central em Portugal, numa fase onde grassa o desemprego, a insatisfação, a união deve vir de todos. “Tal como Santo António foi o sal na t erra e a luz no mundo”, também os católicos podem ter gestos de ajudar. Retirar um desconhecido de um poço, tal como Jesus fez por diversas vezes é a missiva de cidadania apontada na missa solene em honra de Santo António.

Acompanhada pelo Grupo Coral de Ferreiros, com a Igreja Matriz completamente lotada, os fiéis ouviram que “a pior doença é não ser amada”, “o amor é o melhor imposto municipal que podemos pagar” e foi inclusivamente recordadas as palavras do nobel Saramago, quando disse: “Quando nasci as palavras para salvar a humanidade já estavam inventadas. Faltava mesmo era salvar a raça humana”.

A tarde trouxe ainda música, com concertos das bandas filamórnicas de Amares e da Carregosa, bem como a majestosa procissão solene em honra de Santo António, padroeiro da vila de Amares.

14-06-2012 - Correio do Minho

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