Torre: Mãe e filha já residem em casa com dignidade

Uma velha garagem em Torre — Amares, sem condições mínimas de habitabilidade, deu lugar a uma moradia com dois quartos, sala, cozinha e casa de banho. Não foi milagre, mas uma acção de solidariedade envolvendo quase uma centena de voluntários de várias nacionalidades. Durante as obras, que decorreram desde Junho, os Serviços de Acção Social da Câmara Municipal de Amares facultaram os almoços e a Junta de Freguesia da Torre disponibilizou as instalações para as necessidades logísticas.


Otelinda Leitão, funcionária do Lar da Misericórdia de Vila Verde e uma filha que frequenta em Vila Real a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro já passaram a noite em condições mais dignas.

“Não tenho palavras para agradecer às pessoas que realmente me ajudaram”, disse Otelinda Leitão, comovida, ao Correio do Minho.

“Sozinha eu não conseguia. Tenho a minha filha a estudar em Vila Real. É muito esforço, Agora deram-me esta alegria, não tenho palavras. As pessoas são muito minhas amigas”, acrescentou.
Na entrega da casa juntaram-se elementos que participaram nos trabalhos e responsáveis da Associação Habitat for Humanity Portugal, entre os quais a presidente, Helena Pina Vaz, que lembrou ser esta uma entidade cristã e leu um trecho da Bíblia.

José Barbosa critica centralismo na habitação social

Na ocasião, usou da palavra o presidente da Câmara Municipal de Amares, José Barbosa, que destacou a competência dos técnicos de acção social da autarquia e criticou o centralismo em matéria de habitação social, alegando que os municípios têm sido marginalizados do processo. “Vivemos momentos de grandes dificuldades e no nosso país a habitação não tem sido uma questão prioritária”, disse.


O autarca amarense argumenta que nesta matéria o poder central fica com os bens e o património, enquanto as autarquias “ficam com os filhos”.

José Barbosa, que se fazia acompanhar da vereadora Sara Leite, vincou “a grande determinação” do município amarense em prosseguir acções em parceria com a Habitat, fazendo mesmo à presidente desta associação humanitária uma proposta de casamento”. Após as palavras de circunstância, Otelinda, sempre solícita e rodeada de afectos, conduziu uma primeira visita à nova casa, equipada também com electrodomésticos. Houve bolo e espumante.

04-12-2011 - Correio do Minho

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